segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Mais uma dica do site Educar para Crescer:


Pra se divertir um pouco...

Adoro imagens engraçadas que aparecem nos mais diversos blogs. E, esta imagem do blog: www.insoonia.com é simplismente fantástica. Ela representa um possível "novo" alfabeto para decorar nossas salas de aula.



quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O que são heróis?

Constantemente temos ouvido o apresentador Pedro Bial chamar os participantes do Big Btother Brasil de HERÓIS. Mas, fica o questionamento: "O que são heróis?" Na minha infância heróis eram personagens de histórias em quadrinhos ou de programas de TV que, de alguma forma salvavam o mundo das forças malignas. Os meus preferidos eram o Jaspion, os Super Gêmeos, o He-Man, entre outros muito conhecidos das pessoas que passaram sua infância e adolescência na década de 1990.
http://seriesedesenhos.com/br2/index.php?option=com_content&view=article&id=2562:qjaspion-1985q&catid=84:series-1950-a-2009&Itemid=68

 Na escola aprendemos que heróis eram homens e mulheres que, de alguma forma contribuíram para a melhoria da vida de uma determinada população como: Martin Luther King, Princesa Izabel, etc. Na igreja aprendi que heróis foram homens e mulheres que ajudaram a população a encontrar a salvação junto a Deus, como: o rei Davi, Ester, Ana, Paulo, Pedro, etc.
http://girouniversal.wordpress.com/2010/04/08/5-gigantes-que-o-rei-davi-teve-que-enfrentar-%E2%80%93-parte-ii/

Mas, aí me pergunto: "O que os participantes do BBB fazem para ajudar as pessoas?" Eles passam três meses expondo o melhor e o pior de suas personalidades e, o apresedntador do programa os chama de heróis. Se não bastasse isso, nossas crianças (que neste hoerário já deveriam estar na cama) assistem a esta programação e acreditam que estas pessoas são os seus heróis.
Pensando nisso, fui buscar no dicionário o significado da palavra herói:

herói
he.rói
sm (lat heros, do gr héros) 1 Mit gr Denominação dada aos descendentes de divindades e seres humanos da era pré-homérica (semideuses). 2 ant gr Homem elevado a semideus após a morte, por seus serviços relevantes à humanidade. 3 Homem que se distingue por coragem extraordinária na guerra ou diante de outro qualquer perigo. 4 Homem que suporta exemplarmente um destino incomum, como, p ex, um extremo infortúnio ou sofrimento, ou que arrisca sua vida abnegadamente pelo seu dever ou pelo próximo. 5 Personagem preeminente ou central que, por sua parte admirável em uma ação ou evento notável, é considerada um modelo de nobreza. 6 Personagem masculina principal de um drama, poema ou romance. 7 O protagonista de qualquer aventura histórica ou drama real. 8 Pessoa em honra de quem se faz uma solenidade, uma reunião: O herói da festa. 9 Indivíduo que, em determinado momento, atrai a atenção pública: O primeiro astronauta tornou-se o herói do momento. col: falange, legião. 10 pop O que, por qualquer motivo, se distingue ou sobressai. 11 pej Indivíduo que se torna saliente por escândalos e atos menos dignos. fem: heroína. H. de romance: sujeito sem o senso prático da vida real e por isso mesmo dado a fantasias e utopias romanescas. H. do teatro: sujeito que, sem comprovar com fatos, apregoa exageradamente o seu heroísmo.

Ao ler esta explicação, do dicionário online Michaelis (referência do site acima), me chamou a atenção a parte que fiz questão de sublinhar: pej Indivíduo que se torna saliente por escândalos e atos menos dignos. Após ler este trecho cheguei a conclusão de que os participantes do programa da rede globo podem sim ser considerados heróis, porém se faz necessário apresentar às nossas crianças que, nem sempre as palavras que ouvimos são ditas pensando no significado que já conhecemos. Assim, posso dizer que concordo com Pedro Bial ao falar dos heróis do BBB.
Mas, mesmo assim, gostaria de ressaltar outro significado da palavra herói, significado este no item quatro da descrição acima: "Homem que suporta exemplarmente um destino incomum(...)" e, por isso quero compartilhar com vocês a imagem que copiei do facebook de uma amiga:



terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Mitos e verdades sobre a inclusão de Portadores de Necessidades Educativas Especiais (PNE)

Não é de hoje que o assunto INCLUSÃO está presente em nossas discussões a respeito da educação. Algumas prefeituras possuem programas interessantes e, muito bem formulados para a efetiva inclusão das crianças e adultos, dando-lhes total acesso à educação básica numa tentativa de garantir a permanência do aluno na escola e uma boa qualidade de ensino para o mesmo. Mas, também é fato, que muitos professores não se sentem confortáveis com a presença de alunos de inclusão e, alegam não saber COMO LIDAR com tal SITUAÇÃO.
Precisamos levar em consideração que a formação de docentes ainda é deficitária com relação ao assunto que, nos cursos de magistério e pedagogia fazem parte do currículo porém, são abordados de forma superficial. Já nas licenciaturas específicas, os assuntos relacionados à inclusão de portadores de necessidades especiais não são nem citadas pelos professores, quanto mais abordadas como tema de estudo. Assim, a maioria dos professores chega às nossas escolas mal preparado e, acaba por não dar a atenção necessária àquele aluno PNE ou, dá tanta atenção à ele, que esquece de avançar nos conteúdos com o restante da turma.
Portanto, se faz necessário que o governo promova cursos de capacitação e que nossas universidades passem a abordar as práticas inclusivas durante a formação de docentes, sejam eles de educação infantil ou ensino médio. E, também se faz necessário que nós, professores, tenhamos a sensibilidade de buscar informações que possam nos auxiliar no trabalho com crianças de inclusão.

Todas estas questões, me vieram a mente após uma conversa na tarde hoje. Os professores aprovados recentemente no concurso da Prefeitura Municipal de Curitiba estavam reunidos para o curso de integração funcional e, o assunto de hoje era Educação Especial, promovida pela CANE. Então, resolvi pesquisar sobre o assunto, uma vez que também não compreendo muito bem esta prática e, encontrei uma reportagem da revista SENTIDOS, na reportagem a revista traz 50 mitos e verdades sobre a inclusão de deficientes, não só nas escolas mas, na sociedade como um todo. Vale a pena conferir (as imagens, com excessão da capa da revista, não fazem parte da reportagem):


50 Mitos e verdade

Conhecer quais são seus direitos é a melhor forma de poder usufruir deles e cobrar da sociedade a melhora de uma questão que ainda é precária: a da inclusão


"As pessoas com deficiência possuem os mesmos direitos que qualquer outro cidadão", diz Marco Antônio Pellegrini, Secretário Adjunto da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo. O que se observa, porém, especialmente em uma sociedade que ainda dá os primeiros passos a caminho da inclusão, é que nem sempre esse segmento é tratado com a igualdade que tem por direito. E é por conta disso que foram criadas algumas leis e decretos exclusivos. Confira a seguir uma seleção de 50 questões importantes sobre os direitos e deveres da pessoa com deficiência.

Educação
1
Sou professora e gostaria de transcrever obras de grandes autores para o braille, para o uso dos meus alunos, mas não posso por causa dos direitos autorais.
MITO O artigo 46 da Lei Federal nº 9.610/98 esclarece que não constitui ofensa aos direitos autorais a reprodução de obras literárias, artísticas ou científicas para uso exclusivo de cegos, sempre que seja feita em braille ou qualquer outro suporte para esses destinatários, e sem fins comerciais, incluindo o formato de audiolivro.
http://editorabelasletras.blogspot.com/2012/01/sistema-braile-e-ferramenta-para.html
2 Preciso de material adaptado para realizar as provas na faculdade e a instituição de ensino deve fornecer.
VERDADE O artigo 27 do Decreto Federal nº 3.298/99, que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa com Deficiência, determina que as instituições de ensino superior ofereçam adaptações de provas e os apoios necessários, quando solicitados previamente pelo aluno. O que se aplica também aos processos seletivos de cursos universitários, nos quais, de acordo com as características da deficiência, podese requerer tempo adicional para realização dos exames.

3 Estou internado em um hospital por complicações da minha deficiência e devo interromper a formação escolar.
MITO Caso o período de internação seja igual ou superior a um ano, o Decreto Federal nº 3.298/99 prevê o oferecimento obrigatório de serviços de educação especial ao educando com deficiência em unidades hospitalares ou congêneres nas quais esteja internado. Informese na escola ou secretaria de educação de seu município como solicitar estes serviços.
http://pedagogia-reconstruindoaeducao.blogspot.com/2009/10/pedagogia-hospitalar.html


4 O governo prefere que cri anças com deficiência estudem em colégios especiais.
MITO A Lei Federal nº 9.394/96, que estabeleceu as Diretrizes e Bases da Educação, prevê a educação de forma a incluílas na rede regular de ensino. Os artigos de 58 a 60 determinam que essas escolas devam ter serviços de apoio especializado para atender às necessidades, como currículos, métodos, técnicas, recursos educativos, organização e terminalidades específicas.
5 Todas as escolas devem ter professores que conheçam Libras.
VERDADE O governo instituiu, em 2005, a inclusão da Libras como disciplina obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino públicas e privadas. Pedagogia e todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento, além do curso de Educação Especial, estão sujeitos à mesma regra.
http://cursodelibrasextensao.blogspot.com/2009_04_01_archive.html
6 Escolas públicas e particulares não podem se recusar a aceitar alunos com deficiência.
VERDADE A lei nº 7.853 garante em seu artigo 2º a matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e particulares de pessoas com deficiência capazes de se integrar ao sistema regular de ensino. Portanto, as que se recusem a receber estes alunos, incorrem em crime, possibilitando a instauração de um inquérito policial. É possível também promover uma ação judicial contra a escola, para assegurar o ingresso.
7 Meu filho com deficiência visual não pode compreender histórias infantis quando lê livros.
MITO É fundamental que todas as crianças e adultos com deficiência visual aprendam o braille, para sua independência e integração. Livros infantis adaptados a esta linguagem permitem que as crianças conheçam os clássicos como todos os companheiros da mesma idade.
8 Não existem cursos de idiomas adaptados para as necessidades das pessoas com deficiência.
MITO
Apostilas ampliadas para alunos com baixa visão, computadores com o software de voz Virtual Vision para os cegos, aparelhos como a ponteira ou a colmeia (placa de acrílico que facilita o uso do teclado) são alguns dos recursos disponíveis às escolas de idiomas. Um bom exemplo da aplicação desses métodos é o Instituto Open Door, em São Paulo, onde os cursos são gratuitos e voltados para pessoas de baixa renda.
9 A pessoa com deficiência não tem direito de concorrer a uma bolsa de estudos do Programa Universidade para Todos (PROUNI).
MITO O programa possui várias condições para que os candidatos possam concorrer e uma delas, justamente, é ser uma pessoa com deficiência. Ter renda familiar de até três salários mínimos por pessoa, além de ter cursado o ensino médio em escola de rede pública ou privada com bolsa integral da instituição, e prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)' são outros requisitos.
10 Tenho deficiência visual. Posso pedir que a minha escola consiga os mesmos livros de meus colegas, em braille.
VERDADE Para uma boa adaptação é primordial que o cego tenha acesso aos mesmos materiais dos colegas. Mas não é por ser regra que de fato acontece. Quando a escola não fornece os livros, o aluno pode procurar o Centro de Apoio Pedagógico (CAP), entidades assistenciais e, se necessário, o Ministério Público.
11 Alunos com deficiência vi sual podem utilizar o soroban em exames que envolvam cálculos matemáticos.
VERDADE O Ministério da Educação, reconhecendo a necessidade, permite o seu uso nos exames que envolvam cálculos, pela portaria nº 1.010, publicada pelo Ministério da Educação em maio de 2006. Soroban é o nome dado ao ábaco japonês, um instrumento com pequenas contas dispostas em fileiras, recurso muito útil às pessoas com deficiência visual.

http://www.moodle.ufba.br/course/view.php?id=8853
A reportagem, como eu já havia dito antes, traz 50 mitos e verdade sobre inclusão, porém, só listei aqui os 10 que falam sobre a educação, pois este é o foco do blog. No site é possível ler a reportagem na íntegra. O site da resvista SENTIDOS é:





domingo, 15 de janeiro de 2012

Violência contra o professor


http://gremiojbc.blogspot.com/2011/09/violencia-contra-professores-as-ate.html

Já é um fato conhecido e, infelizmente, rotineiro, a violência e a indisciplina dos alunos. E, se engana quem acredita que isso só acontece em escolas públicas de ensino médio. Cada vez mais cedo as crianças vem apresentando um comportamento agressivo e, não só com relação aos seus colegas mas, também e principalmente com relação a professores e funcionários das escolas.
Antigamente as medidas punitivas eram exageradas e causavam vários transtornos aos alunos e suas famílias, isso sem contar a evasão escolar decorrente das "expulsões" e as rotulações em torno dos alunos que as sofriam.
Porém, a total ausência de medidas disciplinares transformou as escolas, públicas e privadas. Os alunos passaram a desrespeitar colegas, professores e demais funcionários com a certeza da impunidade.

http://piquiri.blogspot.com/2009/04/violencia-contra-professores.html

Levando em consideração o aumento dos casos de violência contra educadores, a Deputada Cida Borghetti trouxe ao plenário o projeto de lei 267/2011, que visa responsabilizar crianças e adolescentes por seus atos agressivos. O projeto encontra-se em tramitação e, falta o parecer de algumas comissões:
Seguridade Social e Família;
Educação e Cultura e
Constituição e Justiça e de Cidadania (Art. 54 RICD) - Art. 24, II
Proposição Sujeita à Apreciação Conclusiva pelas Comissões - Art. 24 II
http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&section=Geral&newsID=a3528931.htm

Art. 1.º. Esta lei acrescenta o art. 53-A a Lei n.° 8.069, de 13 de julho de 1990, que “dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências”, a fim de estabelecer deveres e responsabilidades à criança e ao adolescente estudante.
Art. 2. °. A Lei n.° 8.069, de 13 de julho de 1990, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 53-A:
“Art. 53-A. Na condição de estudante, é dever da criança
e do adolescente observar os códigos de ética e de
conduta da instituição de ensino a que estiver vinculado,
assim como respeitar a autoridade intelectual e moral de
seus docentes.
Parágrafo único. O descumprimento do disposto no caput
sujeitará a criança ou adolescente à suspensão por prazo
determinado pela instituição de ensino e, na hipótese de
reincidência grave, ao seu encaminhamento a autoridade
judiciária competente."
Art. 3.º. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.



O projeto vem acompanhado da seguinte justificativa:



Este projeto de lei tem por objetivo estabelecer deveres e responsabilidades à criança e ao adolescente estudante, prevendo a responsabilização daqueles que desrespeitam seus professores e violam as regras éticas e de comportamento das instituições de ensino que frequentam. Infelizmente, a indisciplina em sala de aula tornou-se algo rotineiro nas escolas brasileiras, e o número de casos de violência contra professores por parte de alunos aumenta assustadoramente.
Além das situações de agressão verbal, há outros episódios em que ocorre violência física contra os educadores, como maustratos ou lesões corporais. Trata-se de comportamento decrépito, inaceitável e insustentável, que deve ser prontamente erradicado da vida escolar com a adoção de medidas próprias.
No que guarda pertinência com o direito à educação, o Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece inúmeros direitos e garantias para a criança e o adolescente, e as respectivas obrigações a serem cumpridas pelo Estado e pela sociedade. Todavia, inexistem dispositivos a disciplinar as obrigações que essas pessoas, na condição de estudantes, devem ter perante seus mestres.
Assim sendo, a proposição determina ser obrigação da criança e do adolescente estudante a observância dos códigos de ética e de conduta da instituição de ensino a que estiver vinculado, bem como o respeito à autoridade intelectual e moral do professor. Em caso de descumprimento desse dever, estabelece como responsabilização a suspensão do aluno por prazo determinado e, em caso de reincidência à autoridade judiciária competente, para que as medidas necessárias sejam tomadas a fim de se resguardar estudantes e docentes.
Certo de que meus nobres pares reconhecerão a conveniência e oportunidade da medida legislativa que se pretende implementar, conclamo-os a apoiar a aprovação deste projeto de lei.


A situação do projeto pode ser acompanhado no site: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=491406

http://projetointerdisciplinar20111.blogspot.com/2011/06/projeto-interdisciplinar-legislacao.html


A diversidade humana na escola: reconhecimento, multiculturalismo e tolerância*


A formação das identidades depende dos processos de socialização e de ensino e aprendizagem que ocorrem de acordo com as características físicas, cognitivas, afetivas, sexuais, culturais e étnicas dos envolvidos nos processos educativos.
O desenvolvimento da identidade do ser humano, como nos ensina Habermas (1983), pode ser analisado como um processo de aprendizagem:
a) Lingüística: para a comunicação;
b) Cognitiva: para a busca dos conhecimentos necessários para a vida em sociedade;
c) Interativa: para a ação e a interação com o outro.
De uma perspectiva geral, todos os processos educativos devem levar ao desenvolvimento desses três conjuntos de competências.
A educação é o resultado de relações sociais que podem capacitar aqueles que participam do processo educativo para:
a) a sobrevivência nas sociedades contemporâneas;
b) a busca da superação da ordem social existente;
c) os objetivos a) e b);
d) nenhum dos dois objetivos.
Cabe aos participantes dos processos educativos a decisão sobre a ênfase que será adotada. A educação é também um processo social do qual participamos enquanto realizamos uma opção entre diferentes valores e objetivos a serem alcançados.
Uma educação democrática é aquela em que todos os envolvidos podem participar na definição dos rumos da educação, e não só os dirigentes, professores, acadêmicos e técnicos.
A escola é um espaço público para a convivência fora da vida privada, íntima, familiar. Ao nos capacitarmos para a convivência participativa na escola, participamos de um processo de aprendizagem que também nos ensina como participar do restante da vida social.
A escola como esfera pública democrática pode possibilitar a capacitação de pais, alunos e educadores para a participação na busca de soluções para os problemas da escola, do bairro, da cidade, do Estado, do País e da vida da espécie humana no Planeta.
A democracia é um processo de negociação permanente dos conflitos de interesses e idéias. Para haver essa negociação permanente é preciso o respeito à diferença. Uma escola que respeita a diferença é uma escola pluralista que ensina a viver em uma sociedade que também é heterogênea.
Para tanto, todos devem ter o direito de falar, opinar e participar nos processos decisórios. É participando que se aprende a participar. Uma escola “perfeita”, na qual ninguém precisa dar nenhuma opinião, é um desastre educativo. O problema é que o controle e a disciplina, a idéia de ordem, organização e limpeza muitas vezes se tornam prioritários em relação ao direito de participação.
Um ponto de partida para que exista o respeito à diversidade na escola é aceitarmos que os agentes que interagem na escola têm interesses, visões de mundo e culturas diferentes e nenhum de nós tem o monopólio da verdade, da inteligência e da beleza. Daí a necessidade de negociações permanentes para que todos façam concessões, e todos tenham ao menos parte dos seus interesses e valores contemplados no espaço público da escola.

RECONHECIMENTO

Ao tratar da diversidade humana na escola podemos ter como parâmetro a necessidade de reconhecimento que caracteriza os seres humanos.
Para interpretarmos quem somos como coletividade, ou quem sou como indivíduo, dependemos do reconhecimento que nos é dado pelos outros. “Ninguém pode edificar a sua própria identidade independentemente das identificações que os outros fazem dele”, nos ensina Habermas (1983: 22).
O reconhecimento pelos outros é uma necessidade humana, já que o ser humano é um ser que só existe através da vida social.
Como também nos ensina Charles Taylor (1994: 58), “um indivíduo ou um grupo de pessoas podem sofrer um verdadeiro dano, uma autêntica deformação se a gente ou a sociedade que os rodeiam lhes mostram como reflexo, uma imagem limitada, degradante, depreciada sobre ele.”
Um falso reconhecimento é uma forma de opressão. A imagem que construímos muitas vezes sobre os portadores de deficiências e grupos subalternos, pobres, negros, prostitutas, homossexuais, é deprimente e humilhante para estes e causa-lhes sofrimento e humilhação, ainda mais por que tais representações depreciativas são construídas quase sempre para a legitimação da exclusão social e política dos grupos discriminados.
Para que haja respeito à diversidade na escola é necessário que todos sejam reconhecidos como iguais em dignidade e em direito. Mas para não nos restringirmos a uma concepção liberal de reconhecimento, devemos também questionar os mecanismos sociais, como a propriedade, e os mecanismos políticos, como a concentração do poder, que hierarquizam os indivíduos diferentes em superiores e dominantes, e em inferiores e subalternos.
Em outras palavras, ao considerarmos que os seres humanos dependem do reconhecimento que lhes é dado, estamos reconhecendo que a identidade do ser humano não é inata ou pré-determinada, e isso nos torna mais críticos e reflexivos sobre a maneira como estamos contribuindo para a formação das identidades dos nossos alunos.
Como ainda nos ensina Taylor (1994: 58), “a projeção sobre o outro de uma imagem inferior ou humilhante pode deformar e oprimir até o ponto em que essa imagem seja internalizada”. E não “dar um reconhecimento igualitário a alguém pode ser uma forma de opressão”.
Porém, quando afirmamos que “todos os seres humanos são igualmente dignos de respeito” (Taylor, 1994: 65), isso não pode significar que devemos deixar de considerar as inúmeras formas de diferenciação que existem entre os indivíduos e grupos.
Devemos fornecer o apoio e os recursos necessários para que não haja assimetria, desigualdade nas oportunidades e no acesso aos recursos. De novo Taylor (1994: 64): “Para aqueles que têm desvantagens ou mais necessidades é necessário que sejam destinados maiores recursos ou direitos do que para os demais”.

MULTICULTURALISMOS E TOLERÂNCIA

As sociedades contemporâneas são heterogêneas, compostas por diferentes grupos humanos, interesses contrapostos, classes e identidades culturais em conflito. Vivemos em sociedades nas quais os diferentes estão quase que permanentemente em contato. Os diferentes são obrigados ao encontro e à convivência. E são assim também as escolas.
As idéias multiculturalistas discutem como podemos entender e até resolver os problemas gerados pela heterogeneidade cultural, política, religiosa, étnica, racial, comportamental, econômica, já que teremos que conviver de alguma maneira.
Stuart Hall (2003) identifica pelo menos seis concepções diferentes de multiculturalismo na atualidade:
1. Multiculturalismo conservador: os dominantes buscam assimilar as minorias diferentes às tradições e costumes da maioria;
2. Multiculturalismo liberal: os diferentes devem ser integrados como iguais na sociedade dominante. A cidadania deve ser universal e igualitária, mas no domínio privado os diferentes podem adotar suas práticas culturais específicas;
3. Multiculturalismo pluralista: os diferentes grupos devem viver separadamente, dentro de uma ordem política federativa;
4. Multiculturalismo comercial: a diferença entre os indivíduos e grupos deve ser resolvida nas relações de mercado e no consumo privado, sem que sejam questionadas as desigualdade de poder e riqueza;
5. Multiculturalismo corporativo (público ou privado): a diferença deve ser administrada, de modo a que os interesses culturais e econômicos das minorias subalternas não incomodem os interesses dos dominantes;
6. Multiculturalismo crítico: questiona a origem das diferenças, criticando a exclusão social, a exclusão política, as formas de privilégio e de hierarquia existentes nas sociedades contemporâneas. Apóia os movimentos de resistência e de rebelião dos dominados.
Os multiculturalismos nos ensinam que reconhecer a diferença é reconhecer que existem indivíduos e grupos que são diferentes entre si, mas que possuem direitos correlatos, e que a convivência em uma sociedade democrática depende da aceitação da idéia de compormos uma totalidade social heterogênea na qual:
a) não poderá ocorrer a exclusão de nenhum elemento da totalidade;
b) os conflitos de interesse e de valores deverão ser negociados pacificamente;
c) a diferença deverá ser respeitada.
A política do reconhecimento e as várias concepções de multiculturalismo nos ensinam, enfim, que é necessário que seja admitida a diferença na relação com o outro. Isto quer dizer tolerar e conviver com aquele que não é como eu sou e não vive como eu vivo, e o seu modo de ser não pode significar que o outro deva ter menos oportunidades, menos atenção e recursos.
A democracia é uma forma de viver em negociação permanente tendo como parâmetro a necessidade de convivência entre os diferentes, ou seja, a tolerância. Mas para valorizar a tolerância entre os diferentes temos que reconhecer também o que nos une.



Referências:
HABERMAS, Jurgen. Para a reconstrução do materialismo histórico. São Paulo, Brasiliense, 1983.
HALL, Stuart. Da diáspora – identidades e mediações culturais. Belo Horizonte, Editora da UFMG, 2003.
TAYLOR, Charles. El multiculturalismo y la politica del reconocimiento. Mexico, Fondo de Cultura Econômica, 1994.

* Este texto é a síntese da palestra apresentada no evento PROGRAMA DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA DIREITO À DIVERSIDADE – Secretaria de Educação Especial SEESP/MEC e Prefeitura do Município de Maringá – Secretaria da Educação em 02/09/2004 e 20/10/2004 em Maringá, Paraná.


Kika - part. 7

De onde vem o vidro?

De onde vem o açúcar?


E, por fim...

 De onde vem o dia e a noite?

Estes são os episódios do programa "De onde vem?" que eu tinha em meu arquivo pessoal. Já usei todos em trabalhos com as crianças. Os temas são bastante variados e, como eu já havia dito antes, os vídeos trazem uma linguagem simples e de fácil compreensão.

Kika - part. 6

De onde vem o papel?

 De onde vem o sal?

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Resposta à revista VEJA - texto excelente


http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=30311


Hoje recebi um e-mail, da minha amiga professora Everli. O título me chamou bastante a atenção pois dizia: Reposta de professora à reportagem da revista Veja. Não é segredo que eu não simpatizo com a revista e, após ler o texto me tornei fã da professora Vanessa Storrer (autora da carta). Ela faz uma reflexão sobre a REALidade da educação brasileira que, segundo a reportagem, está nessas condições por pura incompetência dos professores. Todos os cidadãos deveriam ler. Segue a carta:

Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada”. É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS razões que geram este panorama desalentador. Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que: “os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital” entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira. Que alunos são esses “repletos de estímulos” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que pais de famílias oriundas da pobreza trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras. Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola.Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje “repletos de estímulos”. Estímulos de quê? De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida.
Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e disciplina.
Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos, há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria. Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos, de ir aos piqueniques, subir em árvores?
E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência.
Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso.
Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução), levam alunos à biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até a passeios interessantes, planejados minuciosamente, como ir ao Beto Carrero.
E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores “incapazes”, elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração;
Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de intervalo, quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho. Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 h.semanais. E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário.
Há de se pensar, então, que são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de “cair fora”.Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”,”puta”, “gordos “, “velhos” entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave.
Temos notícias, dia-a-dia, até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares.
Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite.
E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos.
Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é porque há disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros. Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se. Em vez de cronômetros, precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade..
Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade! E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo
Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões (ô, coisa arcaica!), e ainda assim se ouve falar em cronômetros. Francamente!!!
Passou da hora de todos abrirem os olhos e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores até agora não responderam a todas as acusações de serem despreparados e “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO.
Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas.
Vamos fazer uma corrente via internet, repasse a todos os seus! Grata professora Vanessa Storrer

Kika - part. 5

 De onde vem o leite?

 De onde vem o ovo?

Kika - part.4

Esses são os meus favoritos.
 De onde vem o choro?


 De onde vem o espirro?

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Kika

Sempre fui apaixonadas pelas séries e programas da TV Cultura, ou TV Educativa (como se chamava na época em que eu era criança). Mas, uma série de vídeos sempre me chamou a atenção, a série "De onde vem?". A forma como as curiosidades infatis são tratadas pelas personagens é muito legal. São vídeos bem curtos e que podem ser usados facilmente em sala de aula pois, trazem uma linguagem simples e de fácil compreensão. Vou postar aqui os que eu tenho gravados em meu cmputador e, vale a pena dar uma pesquisada no youtube também, pois lá há várias opções.

De onde vem o Arco-íris?

De onde vem o pão?



Nos próximos dias postarei mais vídeos da série "De onde vem?".



Comercial

Este comercial é divulgado desde o ano passado pelo governo federal. É muito interessante e deveria gerar um movimento de reflexão em todos os cidadãos.


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

CIRCO


Bruxas e Bruxinhas

Mais um projeto desenvolvido para a educação infantil mas, que pode ser adaptado para o ensino fundamental.

É o que dá votar sem pensar!

http://brasillibertario.blogspot.com/2010/03/o-problema-da-educacao.html

Educação sem homofobia

O que é Educação sem Homofobia?

O Projeto Educação sem Homofobia é fruto da parceira entre o Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania GLBT (gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais) da Universidade Federal de Minas Gerais (Nuh/UFMG), as secretarias municipais de educação de Belo Horizonte e Contagem, o Centro de Referência GLBT de BH e grupos do movimento social GLBT da região metropolitana; contando com financiamento da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (Secad/MEC). Este projeto insere-se, dentro das diretrizes do Programa Brasil sem Homofobia, no âmbito da Formação de Profissionais da Educação para a Promoção da Cultura de Reconhecimento da Diversidade Sexual e da Igualdade de Gênero.
Buscamos questionar práticas, posturas, princípios e valores presentes no ambiente escolar que reproduzem e legitimam as hierarquias sexuais, naturalizando a norma heterossexual e invisibilizando/inviabilizando outras possibilidades de manifestação das sexualidades. Nossa proposta procura conjugar formação teórica e conceitual, a realidade escolar trazida pelos/as participantes do curso e as vivências de integrantes dos movimentos sociais GLBT. Tematizamos os direitos sexuais como direitos humanos, evidenciando como questões vivenciadas primordialmente no âmbito privado passaram a fazer parte da vida política da grande maioria das sociedades ocidentais. Abordamos as sexualidades como construções histórica e socialmente demarcadas, com múltiplas possibilidades de expressão, buscando visibilizar aquelas inferiorizadas e negadas pela heteronormatividade. Objetivamos ainda a instrumentalização dos/as participantes para a análise institucional, capacitando-os/as para a formulação/aplicação de ações visando o reconhecimento da diversidade sexual, o combate à homofobia e ao sexismo e a promoção da cidadania e da cultura de paz nos espaços de convivência escolar.

http://mensagens.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/citacoes-sobre-educacao/citacoes-sobre-educacao12.jpg

FUNDAMENTOS
Nota-se que as questões relativas à sexualidade humana e seu amplo gradiente de expressões que até então eram veladas ou tratadas como de menor valor fazem-se sentir no interior da escola. Há crítica aos que vêem nos conteúdos das vivências sexuais apenas o alvo de controle moral ao considerar que o objetivo mais nobre da escola é assegurar a transmissão do conhecimento. A escola agora busca dar visibilidade a essas vivências impelidas pelos novos tempos em que se amplia o reconhecimento de sua função social no trato dos novos contornos da sexualidade humana. A emersão da gravidez na adolescência ou a demanda de combate às DSTs/AIDS, por exemplo, são apenas a ponto de um grande iceberg que (re)vela a condição juvenil e a importância da sexualidade na afirmação desses protagonistas.
Deve-se, então, reconhecer que é necessário avançar no contexto já consolidado de aceitação da educação sexual nas escolas. Considerar não apenas a ponta do iceberg de tratar a educação sexual como ação preventiva ainda fortemente marcada pelo biologicismo quando faz do risco da gravidez precoce e da prevenção à contaminação os temas mobilizadores de sua organização. São as relações de gênero em sua constituição de matrizes identitárias psico-sociais atribuídas ao bimorfismo acima referido que está na base desse grande bloco de gelo.

http://www.fafich.ufmg.br/educacaosemhomofobia/noticiasantigas.php?id=29&&mes=10
Dados Interessantes
Segundo pesquisa realizada pela UNESCO denominada “Juventudes e Escola” (CASTRO, ABRAMOVAY e SILVA, 2004), são as questões de gênero as que perpassam e mobilizam diferentes distribuições estatísticas:
• Alunas tendem a considerar a virgindade mais importante para as mulheres do que para os homens e em todas as capitais pesquisadas são os alunos que tem relações sexuais mais precocemente, enquanto elas adiam um pouco mais esse início;
• Para as meninas a gravidez é uma felicidade e para os meninos é uma forma de prejuízo que vai ter peso para o resto da vida;
• As razões para não se pedir ao parceiro que use camisinha diferem entre meninos e meninas: para elas as razões envolvem confiança e fidelidade e para eles as razões estão relacionadas ao momento, ao prazer e a fato de se achar não vulnerável;
• Para alunas bater em homossexuais é classificado como a terceira violência mais grave enquanto que para os alunos ocupa a sexta violência em uma lista em que seis opções foram dadas como opções;
• Os homens têm mais preconceito que as mulheres sobre o convívio com homossexuais na escola. Sendo que 25% dos alunos nas capitais pesquisadas não gostariam de ter um colega de classe que fosse homossexual.
Em outra pesquisa denominada “Gravidez na adolescência: estudo multicêntrico sobre jovens, sexualidade e reprodução no Brasil” (HEILBORN, 2006), um dado relevante é de que:
• Homens são menos tolerantes que as mulheres a comportamento homossexual;
• A tolerância a comportamento homossexual é diretamente proporcional à escolaridade;
• Homens são mais tolerantes com lésbicas que as mulheres, enquanto as mulheres são mais tolerantes do que os homens com gays (homossexualismo masculino).
Já segundo pesquisa realizada durante a 8ª Parada do Orgulho GLBT em Belo Horizonte (Prado, Machado e Rodrigues, 2005):
• 44,7 % dos entrevistados homossexuais já disseram ter sofrido alguma forma de violência na escola, ocupando o terceiro lugar após a família e lugares públicos de lazer.
Esses dados indicam que a heteronormatividade é compulsória na sociedade e que, entre alunos e alunas, reproduzem-se os preconceitos de gênero que articulam as assimetrias entre homens e mulheres e que lastreiam o sexismo, o machismo e a misogínia.
Deve, portanto, a escola ser preparada para enfrentar situações de aviltamento da condição humana no que tange as possibilidades oferecidas em se ser homem e mulher, pois são as dinâmicas sexistas e seus estereótipos que dificultam a permanência de alunos e alunas na escola, afetam as expectativas quanto ao sucesso e ao rendimento escolar, incidem no padrão das relações sociais entre estudantes e deste com os profissionais da educação.
Em Belo Horizonte e Contagem, os dois maiores municípios da região metropolitana, já há alguns anos o trabalho sistemático em educação sexual vem acontecendo em suas redes. São nessas ações que as discussões sobre gênero acontecem junto a outros temas relevantes no trato com a sexualidade, entretanto, há uma avaliação de que esse conjunto de ações é ainda insuficiente frente aos desafios colocados e já assumidos por outros setores das políticas públicas a partir de demanda do movimento social como, por exemplo, a criação de centros de referência em direitos humanos e cidadania GLBT.
Considerando estas questões é que ensejamos no âmbito das atividades de capacitação e intervenção junto a gestores das políticas públicas, o desenvolvimento de uma pesquisa que compreenda a dinâmica do preconceito homofóbico, a capacidade dos gestores em identificar este tipo de violência e suas formas de enfrentamento que podem gerar processos e práticas interventivas no âmbito da educação e das políticas sociais.



segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Ler no meio do caos

Especialista em projetos de mudança na educação presencial e a distância
Diretor de Educação a Distância da Universidade Anhanguera-Uniderp

http://www.sedentario.org/lpb-ou-como-uma-nova-geracao-de-escritores-e-leitores-esta-revolucionando-o-mercado-editorial-32548

Num mundo tão complexo, é necessário aprender a ler de muitas formas, de perspectivas diferentes, para poder entender o que se passa sob a superfície movediça dos múltiplos e incessantes acontecimentos.

É fascinante encontrar sentido no aparente caos, captar a dinâmica dos movimentos, o que é permanente por trás da mutação. Esse é um dos desafios de hoje: conseguir acompanhar as múltiplas interfaces da informação e mergulhar nas suas entrelinhas, nas profundezas dos significados ocultos e escorregadios.

Ler depende, além do domínio técnico, de ter uma atitude curiosa diante da vida, do mundo, das pessoas. A curiosidade nos motiva a ler, a conhecer, a pesquisar. Ler é um prazer quando queremos saber mais, investigar mais, descobrir ângulos diferentes, indo além do óbvio.

Quanto mais informação disponível, mais complexo se torna o ato de ler. Primeiro, porque precisamos escolher o tempo todo, eliminando a maior parte do que se apresenta à nossa frente. Sempre estaremos acometidos pela dúvida da validade das escolhas feitas: Por que não ler outros textos, outras páginas? Quantas informações relevantes estamos excluindo quando teclamos novos clicks?

Após essa triagem constante, continua a dúvida: o que ler rapidamente, só para um acompanhamento rápido e o que ler com calma, com tempo, com cuidado? Em geral, pela premência do tempo, o que consideramos importante o salvamos, para lê-lo depois com mais atenção. E quando conseguimos retomar de verdade a leitura do que salvamos, se há tantos novos estímulos e materiais que se sobrepõem aos que estávamos mapeando?

Em geral hoje lemos muitas mais coisas, ouvimos e vemos muitas histórias diferentes. É um redemoinho informativo incessante. Mas... aprendemos muito, conhecemos de verdade, compreendemos profundamente o que lemos?

O ritmo frenético de atividades, de exigência de respostas para tudo, de quebra de atenção por chamadas, mensagens, vídeos, solicitações múltiplas dificulta sobremaneira a necessária concentração para a compreensão profunda. Conhecemos muitas coisas, só que mais superficialmente. Como tudo está ao alcance de um click parece que é fácil conhecer. É fácil mapear a informação; difícil é conhecer, compreender os seus múltiplos significados.

Hoje aprendemos juntos, conectados, através de redes sociais. O intercâmbio é fascinante. Esse fluir contínuo da informação do Twitter ou Facebook é inebriante, porque nos coloca em contato instantâneo com múltiplos mundos, perspectivas, assuntos, pessoas. O perigo está na empolgação da fascinação do ritmo alucinante das mensagens e da falta de concentração e tempo para aprofundar as que são mais significativas. Boa parte do fluir informativo é redundante e banal; não vale a pena dedicar-lhe tanto tempo. Há muito narcisismo, deslumbramento, exibicionismo nas redes sociais, junto com contribuições relevantes, que são pérolas pontuais no meio de um deserto de areia movediça.

No meio dessa voragem informacional é importante manter algumas referências básicas, alguns textos e autores fundamentais e voltar a eles com freqüência. É importante quebrar o ritmo do caleidoscópio informativo para meditar, pensar, analisar, perceber, decantar, concluir. Sem esses tempos de quebra de ritmo, corremos o risco de sermos levados pelas sucessivas ondas, sem saber surfá-las.

Quanta mais informação, mais difícil e complexo se torna o ato de ler e mais necessário se faz aprender a ler de muitas formas, integrando múltiplas linguagens e mídias, de forma muito mais rica e profunda.
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Texto inspirado no meu livro A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. 4ª ed., Campinas: Papirus, 2009.

A educação em tempos de twitter

Especialista em projetos de mudança na educação presencial e a distância
Diretor de Educação a Distância da Universidade Anhanguera-Uniderp


Com todos os recursos móveis e em rede,
muitas questões nos desafiam como educadores:

1. O papel do professor muda cada vez mais: Ensina menos, orienta mais, articula melhor. Ele se aproxima mais dos alunos, se movimenta mais entre eles.

2. Os tempos das aulas se tornam mais densos, para realizar atividades interessantes, que possam ser pesquisadas, produzidas, apresentadas e avaliadas no mesmo espaço e tempo. São inviáveis as aulas de 50 minutos.

3. As aulas não se resumem só aos momentos presenciais. Aumenta a integração com os ambientes digitais, com os ambientes colaborativos, com as tecnologias simples, fáceis, intuitivas.

4. Os espaços se multiplicam, mesmo sem sair do lugar (múltiplas atividades diferenciadas na mesma sala). O conteúdo pode ser disponibilizado digitalmente. Predominam as atividades em tempo real interessantes, desafios, jogos, comunicação com outros grupos.

5. Há uma exigência de maior planejamento pelo professor de atividades diferenciadas, focadas em experiências, em pesquisa, em colaboração, em desafios, jogos, múltiplas linguagens. Forte apoio de situações reais, de simulações.

6. Ganha importância maior a presença do aluno-monitor, que apóia os colegas e ajuda o professor, tanto nas atividades como nas orientações tecnológicas.

7 Aumenta a integração de ambientes digitais mais organizados (como o Moodle) com recursos mais abertos, personalizados, grupais, informais (web2.0) em todas as etapas de um curso. Para motivar, ilustrar, disponibilizar, pesquisar, interagir, produzir, publicar, avaliar com o envolvimento de todos.

8. Quanto mais tecnologias, maior a importância de profissionais competentes, confiáveis, humanos e criativos. A educação é um processo de profunda interação humana, com menos momentos presenciais tradicionais e múltiplas formas de orientar, motivar, acompanhar, avaliar.

9. É imenso – e mal explorado - o campo de inserção da escola na comunidade, de diálogo com pais, bairro, cidade, mundo, com atividades presenciais e digitais.

10. Podemos ter modelos de organização de aulas, atividades e de materiais formatados para todo o país. Só não podem ser aplicados ao pé da letra nem ficarmos reféns deles. Podem servir como roteiros de orientação dos alunos, personalizando-os, dando-lhes a nossa cara, indo além do que está previsto.

11. A educação continuada, permanente, para todos, formal e informal, presencial e a distância, abre imensos horizontes profissionais, metodológicos, mercadológicos, que mal vislumbramos ainda. Tudo está para ser feito, experimentado e reinventado de forma diferente. A educação pode ser o campo mais fértil da reinvenção, porque todas as pessoas, em todas as idades e condições, precisam desesperadamente de ajuda em múltiplos campos: da formação inicial à super-especializada.

12. Diante de tantas mudanças, tudo o que fizermos para inovar na educação será pouco.
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Texto inspirado no meu livro A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. 4ª ed., Campinas: Papirus, 2009.