terça-feira, 10 de abril de 2012

Bullying ainda é visto como brincadeira

Pesquisa da Ufba verifica qual a concepção de bullying para professores e alunos
Por Inês Costal
costal.carol@gmail.com
http://hipnosecuritiba.com.br/?tag=bullying
Tragédias como a causada por Wellington Menezes de Oliveira, que teria sido vítima de bullying nos anos em que estudou na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo no Rio de Janeiro, trazem à tona a discussão sobre o tema nas escolas. Wellington voltou à escola na quinta-feira (7), para abrir fogo contra alunos, o que resultou na morte de 12 deles. Ex-colegas de sala do atirador disseram ao jornal O Globo que o criminoso sempre apresentou distúrbios de comportamento e era constantemente intimidado por alunos da sua turma.
Em Salvador, ações de bullying ainda são entendidas por muitos alunos e professores de escolas como uma simples brincadeira, natural do ambiente de ensino. As consequências nocivas que a prática pode causar e que afetam toda a comunidade escolar não são percebidas, até que atitudes explosivas como a do atirador de Realengo desperte atenção pelo tema.
A pesquisa, “Bullying Escolar: práticas e significações de alunos e professores de escolas públicas e particulares”, coordenada por Marilena Ristum, professora do Instituto de Psicologia da UFBA e coordenadora do grupo de pesquisa Escola e Violência busca entender as causas e os possíveis efeitos causados pelo abuso das brincadeiras em escolas públicas e particulares de Salvador.
Iniciada em 2007, o estudo da UFBA é realizado a partir de entrevistas com alunos e professores de turmas até o 6º ano. Grande parte dos entrevistados não conhece o termo bullying, nem o seu significado. De acordo com a coordenadora, aqueles que demonstram algum conhecimento sobre o fenômeno têm apenas uma ideia parcial sobre o mesmo. O bullying não ocorre somente no âmbito escolar e pode envolver pessoas de qualquer faixa etária, ainda que seja mais frequente entre jovens de 11 a 14 anos.
Para ser definida como bullying, a ação precisa ser propositalmente danosa para uma pessoa ou um grupo, repetitiva, além ocorrer uma relação desigual de poder, seja ela física ou psicológica.
Nas escolas públicas a violência física foi a forma de bullying mais apontada pelos entrevistados. Fatores familiares, como falta de limites e problemas na estrutura familiar, foram as principais causas indicadas pelos professores, seguidas de alto índice de violência nos bairros e a veiculação da violência na mídia. Nos colégios da rede privada, a violência física também foi citada como mais frequente, já a violência verbal foi avaliada como menos grave. Para os professores das escolas particulares, a principal causa desse comportamento tem origem em exemplos familiares.
A seleção das escolas participantes é realizada a partir das Coordenadorias Regionais de Ensino (CRE), nas quais a Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer – Secult, divide o município de Salvador. Das escolas de cada CRE, 10% foram contempladas através de sorteio, de forma que o estudo abarque todas as regiões da capital. No caso das escolas particulares, a seleção foi realizada a partir do mesmo princípio, com um total de 10 escolas.
A partir dos relatos, 33 exemplos de bullying praticados nas escolas foram extraídos, entre eles, colocar apelido, falar mal da família e roubar objetos, além de ações mais violentas como ferir com gilete ou faca, furar com lápis e fazer violência sexual.
http://www.cienciaecultura.ufba.br/agenciadenoticias/noticias/bullying-ainda-e-visto-como-brincadeira/

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